MAR FURIOSO
De cima deste penhasco,
Posso desafiar o mar!
Ele ruge furioso
A meus pés.
Ergo-me e ele, temeroso,
Encolhe-se.
Mas ei-lo que ataca.
Enraivecido,
Tenta vencer as escarpas
Que nos separam.
É estrondoso o fragor
Das vagas de encontro
Às duras, negras penedias
Que, ao longo dos tempos
Se vão desfazendo
Vencidas pelas águas revoltas.
O bruto avança,
Erguendo seus temíveis
Tentáculos.
Um uivo ecoa!
Uma blasfémia
Ergue-se aos Céus...
Depois... Tudo serena!
Só a rocha fica a chorar
Lágrimas acres de sal,
Sem saber por que a colocou
A Natureza
Em luta perpétua
Com o Mar.
Setembro 1958
in: Por Ti Amor
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