terça-feira, 25 de maio de 2010

UM TEXTO DO SÉCULO XVI

Eis um testo do séc. XVI, que se encontra afixado na secretaria da n/ Escola.

Nos dias que correm, parece de interesse recordar o que aconselhava a obra Ratio atque Institutio Studiorum, uma espécie de Plano Oficial de Estudos Jesuítas,, em 1599:

« Nada deve ser mais importante nem mais desejável (...) do que preservar a boa disposição dos professores (...). É nisso que reside o maior segredo do bom funcionamento das escolas (...).»
« Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom serviço, nem responder conveninetemente às (suas) obrigações.»
« Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência, não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por mais tempo naquele encargo.De outro modo os professores começarão a desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que não lhes suceda o mesmo.»
Incentivar e valorizar a sua produção literária: porque «a honra leva as artes.»
« Em meses alternados, pelo menos, o reitor deverá chamar os professores (...) e perguntar-lhes-á, com benevolência, se lhes falta alguma coisa, se algo os impede de avançar nos estudos e outras coisas do género.Isto se aplique não só com todos os professores em geral, nas
reuniões habituais, mas também com cada um em particular, a fim de que o reitor possa dar-lhes mais livremente sinais da sua benvolência, e eles próprios possam confessar as suas necessidades, com maior liberdade e confiança.Todas estas coisas, concorrem grandemente para o amor e a união dos mestres com o seu superior.Além disso, o superior tem assim possibilidade de fazer com maior proveito algum reparo aos professores, se disso houver necessidade.»
Para conservar (...) um bom nível de conhecimento de letras e humanidades, e para assegurar como que uma escola de mestres, o provincial deverá garantir a existência de pelo menos dois ou três indivíduos que se distingam notóriamente em matéria de letras e de eloquência.Para que assim seja, alguns do que revelarem maior aptidão ou inclinação para estes estudos serão designados pelo provincial para se dedicarem imediatamente àquelas matérias - desde que já possuam, nas restantes disciplinas, uma formação que se considere adequada. Com o seu trabalho e dedicação, poder-se-á manter e perpetuar como que uma espécie de viveiro para uma estirpe de bons professores.
O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com diligência e com religiosa afeição.Evite que eles sejam demasiado sobrecarregados pelos trabalhos domésticos.»

Assim pensavam os Jesuítas no séc. XVI, na sua Ratio Studiorum.

Estas recomendações merecem ser recordadas nos dias que correm.Em especial, a políticos, jornalistas e outros portugueses que tomam posições frequentemente mais retrógadas do que os Jesuítas no séc. XVI.

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