sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A LIBERDADE VIA INTERNET

Antes da revolução tecnológica, os pais controlavam com facilidade a informação e exerciam a autoridade com relativa facilidade. Os filhos procuravam a liberdade fora de casa e identificavam-se com os contestatários, sem que os pais soubessem bem o que se passava no exterior.
As 1ªs experiências fora de portas assemelhavam-se a rituais de passagens.

Os filhos de hoje, já nasceram em famílias mais democráticas e os pais, inundados por estórias terríveis, educam « a medo » e centram as suas preocupações na protecção face à rua: as crianças nas grandes cidades e subúrbios não brincam na rua e não vivem aventuras no campo ou na praia, como era habitual nos livros dos «Cinco» de Enid Blyton, que quase todos os pais leram.

Como não se cresce sem afrontar a ordem estabelecida, por pouco que seja, os «novos» filhos rápidamente descobriram que a liberdade necessária se encontrava em casa, mais precisamente na Internet e sem necessitarem de contestar a autoridade parental.

Inicialmente, ao permanecerem no quarto por muitas horas, não pedindo para sair, solicitando pouco dinheiro, não telefonando aos amigos, os pais ficavam muito contentes, quando o que faziam no seu tempo era estar fora de casa e do controlo parental.
Simplesmente, não entendiam a forma diferente como os filhos socializavam.

Posteriormente, «saltaram» os perigos da Internet, possívelmente uma preocupação exagerada face aos milhões de utilizadores, em que habitualmente a forma mais pedagógica de exercerem a sua parentalidade era pouco utilizada, como o diálogo, a supervisão discreta, pois não serão os novos dispositivos electrónicos a proporcionarem controlos paranóicos.

A estrutura familiar e a forma como a famíla se organizou tem mudado, havendo já uma minoria muito elevada, que não corresponde à família tradicional e em que os pais sentem, em boa parte dos casos, que «andam sempre atràs do prejuízo», isto é, têm mais dificuldade em acompanhar a utilização deste meio, perdendo ou sentindo diminuir a sua autoridade que derivava do seu saber incontestado.

A confiança recíproca e a comunicação multidimensional terão que ser a chave de modo a se organizarem com uma família aberta.

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